Francisco César denuncia Governo Regional por “normalizar o isolamento” nos Açores

PS Açores - Há 1 dia

O líder do PS/Açores, Francisco César, acusou esta terça-feira o Governo Regional de “normalizar o incumprimento e o isolamento” nos Açores, alertando para o crescente desinvestimento em áreas críticas como a saúde, os transportes e a coesão regional.

“Ao fim de cerca de cinco anos de governação da coligação PSD, CDS e PPM, apoiada pelo Chega, há uma nova normalidade nos Açores: é normal não pagar a fornecedores, a SATA não apresentar contas a tempo, começar o ano letivo sem professores, os apoios que são dados a instituições serem sempre metade daqueles que foram solicitados e agora, normalizou-se também o isolamento”, afirmou o socialista no arranque das Jornadas Parlamentares do GPPS, na ilha Graciosa.

Denunciando a total ausência de planeamento e visão por parte do Governo Regional, Francisco César alertou que para além dos problemas já verificados na economia regional, é normal, agora, “as ilhas sem hospital não terem acesso à saúde” ou “as ilhas mais afastadas não terem acesso a transportes aéreos em qualidade”.

Ao nível da saúde, e dando como exemplo o caso da Graciosa, o líder socialista adiantou haver problemas de autorização e de fornecimento de medicamentos: “Um doente com uma doença crónica grave, que necessita de ter acesso à farmácia do centro de saúde para conseguir ter um medicamento, que tem que ter uma toma regular, tem de esperar a autorização do Hospital da Terceira, esperando, às vezes, um ou dois meses. Essa resposta não é normal”.

“Hoje, é normal não ter acesso a consultas de especialistas, não ter acesso a transportes para uma consulta de especialidade, haver ausência de profissionais, ou até a desorganização do Centro de Saúde. Não sou eu quem o diz, basta perguntar à população da ilha Graciosa, e perceber que as respostas que deviam ser dadas, não estão a ser dadas”, alertou o socialista, para salientar que perante isto “o Governo encolhe os ombros”.

Na ocasião, o líder do PS/Açores apontou, também, o colapso nos transportes marítimos e o agravamento dos custos de construção, em especial nas ilhas mais pequenas. “O modelo de transporte marítimo é um caos. Nunca se sabe quando o navio chega e o cimento, essencial para construir e investir, passou a ter custos acrescidos que penalizam ainda mais quem vive nas ilhas mais periféricas”.

“Nós já não temos um sistema de saúde que funcione bem, temos um sistema de transporte marítimos que funciona muito mal, agora, e agora o tiro certeiro na coesão regional é que quem quiser construir, vai ter de suportar um custo acrescido para conseguir ter acesso ao cimento. E, enquanto tudo isto acontece, o Governo encolhe os ombros como se fosse normal”, denunciou.

Alertando, ainda, que este Governo “dá com uma mão, mas tira com as duas”, o socialista apontou o exemplo da Tarifa Açores, para criticar o desfasamento entre a medida anunciada e a realidade no terreno: “A Tarifa pode ter baixado os preços, mas o desaparecimento do transporte marítimo de passageiros na época alta e a falta de voos tornam essa medida ineficaz para quem realmente precisa de viajar”.

O líder socialista açoriano sublinhou que as decisões do atual Governo Regional têm falhado sistematicamente na resposta às necessidades reais das populações.

“É propaganda sem planeamento”, afirmou o socialista, para adiantar que o que os Açorianos precisam é de um Governo que não aceite como normal aquilo que está manifestamente errado.